Exposição Permanente
Antiga Colecção Bouza Serrano
na Exposição Permanente Presença Portuguesa na Ásia
Local
Piso 1
Datas
A partir de 14 Julho, em permanência na exposição Presença Portuguesa na Ásia
Nota
Bilhete de entrada dá acesso a todas as exposições patentes
Preço
€8 [descontos em vigor]
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A Antiga Colecção Bouza Serrano

A FORÇA DAS COISAS FRÁGEIS

Adquirida em 2019 pela Fundação Oriente ao Embaixador José de Bouza Serrano, esta colecção de porcelana chinesa de exportação é formada por 170 peças, dos séculos XVII a XIX (da dinastia Ming à dinastia Qing). Constituída ao longo de cerca de 30 anos de carreira diplomática pelo Embaixador Bouza Serrano, nela estão representadas as várias técnicas de coloração: azuis e brancos, esmaltes da “família verde”, da “família negra”, do “Imari” chinês e japonês, da “família rosa”, monocromáticos, “blanc de chine”, “grisaille” e sépia. A gramática decorativa é variada e inclui motivos florais, cenas inspiradas em gravuras europeias relativas a temas marítimos, brasões e monogramas heráldicos, paisagens, cenas da vida familiar, mitológicas, fábulas de La Fontaine ou de Esopo, estilo de Meissen e também temas chineses. Os núcleos fortes desta colecção são os azuis e brancos e as peças da “família rosa”. De particular interesse são duas peças feitas para o mercado persa, cuja porcelana espessa se diferencia da restante, fina e delicada. Conhecida pelos especialistas graças à publicação Louças da China, ao gosto ocidental (2000), registo exaustivo e detalhado das cerca de 170 peças que a constituíam nessa data, a Antiga Colecção Bouza Serrano nunca foi exposta ao público.

 

Porcelana Chinesa de Exportação no acervo do Museu do Oriente

A partir de 14 de Julho de 2023, 124 das peças mais significativas da Antiga Colecção Bouza Serrano passam a integrar a exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia. Trata-se de um importante enriquecimento do acervo do Museu do Oriente, cuja colecção de porcelana chinesa de exportação é hoje uma das mais importantes do país. Totalizando 498 peças, distingue-se quer pelo arco temporal abrangido, quer pela diversidade de tipologias formais, técnicas e decorativas. Da Kraak Porcelain azul e branca do século XVI, a peças comemorativas da implantação da república no início do século XX, a colecção do Museu do Oriente inclui dois exemplares de primeiras encomendas para o mercado ibérico, porcelana de mesa armoreada, entre terrinas, jarrões, floreiras e outras peças de aparato, elegantes conjuntos de chá e café ou raridades como uma bacia degolada com as armas da família Costa, inspirada num modelo em metal.

A porcelana encerra um manancial de informação crítica para contar a história das relações entre Oriente e Ocidente, nas mais diferentes vertentes: economia, geopolítica, arte, cultura, religião. Nesta perspectiva, a consolidação do acervo de porcelana tem sido uma aposta estratégica da Fundação Oriente ao longo dos anos. O núcleo inicial de 110 peças com que o Museu do Oriente inaugurou em 2008, tem vindo a crescer, fruto de uma política sustentada de aquisições, junto de antiquários, leilões e coleccionadores privados, em Portugal e no estrangeiro. Entre as mais significativas conta-se, em 2018, a aquisição da Antiga Colecção Cunha Alves, 209 peças dos séculos XVII a XIX e decoradas com cenas de género, mitológicas e religiosas, feitas a partir de registos europeus. A integração da Antiga Colecção Bouza Serrano, que agora se apresenta pela primeira vez, vem posicionar o Museu do Oriente como uma referência no panorama das artes decorativas, no geral, e da porcelana em particular. Através das suas formas, usos e proveniências, a porcelana conta-nos múltiplas histórias sobre as redes de comércio transatlântico, as mudanças sociais na Europa, os discursos de poder e privilégio das cortes onde a porcelana reinava e o diálogo entre artistas e artífices de ambos os hemisférios. 

Em exposição a partir de 14 de Julho, este é o primeiro de uma série de novos núcleos expositivos, a revelar até ao final do ano, e que constituem uma reconfiguração do discurso museológico e museográfico da exposição permanente da Presença Portuguesa na Ásia. 

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