Exposição Permanente
Marfins de Goa
Na exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia
Datas
Na exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia
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Marfins de Goa apresenta um conjunto de esculturas devocionais cristãs indo-portuguesas, dos séculos XVII e XVIII, reflexo da religiosidade da época, sua iconografia dominante e culto. Estas obras testemunham ainda a miscigenação de formas e influências que caracteriza a arte criada ao longo das rotas transatlânticas estabelecidas pelos portugueses.

Em destaque, 15 peças nunca antes expostas ao público, doadas à Fundação Oriente pelo Dr. Gonçalo Carrêlo em 2022.

Este é o mais recente núcleo temático a revelar até ao final de 2023, numa reconfiguração do discurso museológico da exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia.

Capital do Estado do Índia desde 1530, centro político-militar e empório comercial, Goa foi também a sede do Patriarcado Português do Oriente. Ponto de chegada e partida dos missionários das Ordens Religiosas (Dominicanos, Franciscanos, Jesuítas e Agostinhos), que evangelizaram a África Oriental e a Ásia, ficou conhecida como a “Roma do Oriente”.

A escultura em marfim era já uma tradição em Goa, entre os artesãos locais. Porém, nos séculos XVII e XVIII assiste-se a um incremento desta produção, com a introdução dos modelos europeus, levados pelos portugueses, como os Meninos Jesus de Malines de origem flamenga, ou uma mistura de iconografia cristã e hindu, como a representação do Menino Jesus Bom Pastor.

A crescente procura transformou a tradição artesanal da escultura em marfim numa verdadeira produção em série de imagens religiosas, onde se destacam as representações do Menino Jesus, de Cristo, do Calvário, da Imaculada Conceição e de Nossa Senhora, sob a forma de escultura de vulto ou em placas esculpidas em baixo e médio relevo. No repertório iconográfico não faltam ainda figuras de santos como São José, São João Batista, São Pedro, São Paulo, São Domingos, São Francisco ou Santo António de Lisboa, São Vicente Ferrer e Santa Teresa d’Ávila, sem esquecer Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier (fortemente ligados à actividade missionária).

Muitas vezes policromadas, estas esculturas encomendadas por militares, funcionários, comerciantes e religiosos portugueses, estavam um pouco por toda a parte, quer nas igrejas, quer nas casas luso-asiáticas.

Muitas destas esculturas denunciam o traço hierático dos artistas hindus, nos cabelos anelados da Virgem ou do Menino Jesus, e na forma de cair das roupagens. A iconografia é baseada em gravuras flamengas ou italianas, sendo os autores mais divulgados Hieronymus Wierix e Jerome Nadal.

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