Exposição Temporária
COLECÇÕES E COLECCIONADORES
Doação Xavier Monnet
Datas
Inauguração | 22 Junho | 18.30
Até 10 Setembro
Preço
Entrada gratuta

Em 1980, o francês Xavier Monnet embarca numa resiliência etnográfica, fixando-se por longos períodos entre os grupos minoritários chineses para recolher testemunhos materiais. Qual gabinete de curiosidades, esta exposição revela 72 peças, maioritariamente de subgrupos dos Miao, parte de total de 180 objectos, doados à Fundação Oriente em 2021.

Para além do valor artístico e etnográfico das peças que apresenta, testemunhos vivos das suas comunidades e modos de vida, esta exposição dá a conhecer um dos modos de incorporação de artefactos pelos museus – a doação. Em simultâneo, reflecte sobre o papel do coleccionador, suas motivações e história pessoal, na construção de uma narrativa singular: a (sua) colecção.

Por ocasião da inauguração, Xavier Monnet realizará uma visita guiada à colecção exposta. 

A COLECÇÃO

Em 2021, a Fundação Oriente recebeu uma colecção de 180 peças chinesas doada por Xavier Monnet, um antiquário que nos anos 80, desanimado com o negócio de venda de arte erudita chinesa, se aventura na procura de artefactos à altura pouco conhecidos dos galeristas europeus.

Monnet passa, rapidamente, de caçador de tesouros à resiliência etnográfica, fixando-se por longos períodos entre os grupos minoritários chineses, junto dos quais foi recolhendo testemunhos materiais, em especial dos diferentes subgrupos dos Miao - também designados Hmong.

Esta recolha de peças foi sendo possível dado o isolamento em que Monnet encontrou estas populações, na paisagem montanhosa que igualmente as protegeu das investidas da maioria chinesa Han.

Em 1949, a designação Miao, conotada com bárbaros, é oficialmente atribuída a diferentes comunidades do sul da China linguisticamente relacionadas, ou a todos os povos não Han, com o intuito de os distinguir e classificar no aparelho político e administrativo. No entanto, estas comunidades continuam a usar as suas próprias designações, variáveis por região, distinguíveis pelas festividades e trajes e exacerbadas pela curiosidade turística.

A recolha e doação de Xavier Monnet representa um dos modos de incorporação de artefactos pelos museus, cuja compreensão não pode ser dissociada da história de vida do coleccionador, de um projecto movido pela dedicação à arte e às antiguidades.

Num total de 180 objectos, a doação Xavier Monnet compreende têxteis, objectos domésticos e pessoais, adornos e curiosidades dos Dong, Yao, Yi, Naxi e Shui - outras comunidades cuja maioria habita igualmente o sul da China.

O COLECCIONADOR

Quando jovem, Monnet visitou avidamente museus, exposições, galerias, antiquários, leilões e brechós, onde começou a chiner ou seja, a caçar pechinchas. Iniciou assim a aquisição paulatina de objectos antigos e curiosos.

Monnet envolveu-se desde logo no mundo das antiguidades asiáticas, com destaque para a China, Mongólia, Tibete e Nepal, as que mais sucesso fariam nas feiras de antiguidades internacionais.

Nas suas incursões ao sul da China, às regiões de Yunnan, Guanxi, Guizhou, Hunan e Hainan, observou em particular a beleza, detalhe e diversidade dos trajes e joalharia dos Miao que, segundo Monnet, são o seu passaporte.

As mulheres detêm um papel interventivo na vida social destas comunidades, e são particularmente reconhecidas pelas técnicas e padrões decorativos aplicados nos artefactos que, a partir dos anos 80, atingiram elevado valor comercial.

O Sonho

“Tornei-me especialista da arte destas minorias. Constituí uma grande colecção e uma biblioteca a estas dedicadas, que vendi a coleccionadores particulares, mas guardei e acarinhei algumas das mais bonitas e curiosas peças".

Xavier Monnet

Em antevisão na GoogleArts&Culture

Ler mais
Outras Exposições
JAPÃO: FESTAS E RITUAIS
Saiba mais
TESOUROS NA PALMA DA MÃO
Saiba mais
LEQUES CHINESES
Saiba mais
PORCELANA CHINESA DE EXPORTAÇÃO | ANTIGA COLECÇÃO CUNHA ALVES
Saiba mais